A importância da solidariedade para o desenvolvimento social

solidariedade
Comportamento moral une indivíduos e grupos em torno de um bem comum, seja em uma comunidade local ou mundial

Atualmente, muito se fala sobre o poder da empatia. Ela é, de fato, importante para a nossa sociedade. Você sabia, por exemplo, que o FBI aplica a empatia em situações envolvendo reféns? Porém, a empatia por si só pode não ser suficiente para mudar o mundo. Isto é: você pode até sentir empatia por vítimas de guerras ou desastres, mas não mudar sua rotina por conta disso. Para ter outro cenário, é necessário um componente diferente: a solidariedade.

A solidariedade é um valor muito importante, já que tem o poder de engajar pessoas de uma comunidade em torno de um objetivo comum. E por “comunidade”, pode-se compreender desde um bairro até mesmo o planeta como um todo. Afinal, os problemas globais são sentidos da mesma maneira pelas pessoas que os enfrentam. A dor da fome, por exemplo, é igual para pessoas em qualquer lugar do mundo.

Praticar a solidariedade é ter empatia à flor da pele. Assim, a pessoa ou a comunidade se sente compelida a agir em situações de calamidade, seja ela social, política ou ambiental. Dessa maneira, é importante que a solidariedade seja estimulada desde cedo nas pessoas. Afinal, elas podem se tornar adultas mais conscientes do seu papel na sociedade.

Tipos de solidariedade

O sociólogo francês Émile Durkheim descreveu a solidariedade em sua obra intitulada “Da Divisão do Trabalho Social”, publicada em 1983. Segundo o pensador, a solidariedade é uma relação moral que permite aos indivíduos se sentirem pertencentes a uma sociedade. Além disso, ela depende de fatores como as tradições e os costumes desse próprio grupo.

Durkheim também separou a solidariedade em três categorias:

  • Solidariedade comunitária: o sentimento social que agrega interesses comuns de um grande grupo de indivíduos que lutam juntos pelo mesmo objetivo.
  • Solidariedade orgânica: como os indivíduos de uma mesma sociedade estão cada vez mais especializados em determinados assuntos, cria-se uma dependência social em que cada um é importante para uma finalidade. 
  • Solidariedade mecânica: neste tipo, os indivíduos realizam suas atividades de maneira individual e independente de seus pares, dando continuidade às crenças e aos costumes comuns que possibilitam a vida em sociedade.

A solidariedade cristã

A solidariedade também é bastante presente na doutrina social da Igreja Católica. São Marcelino Champagnat, por exemplo, fundador do Instituto Marista, passou a vida defendendo o amor por todos e uma atenção especial às pessoas. Seu legado permanece até hoje nas congregações oriundas dessa instituição.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também exalta a importância da solidariedade por meio da Campanha da Fraternidade. Realizada desde 1962, essa campanha visa estimular a solidariedade social e cristã em diferentes temas. Em 2023, a CNBB definiu a fome como causa a ser combatida.

Além disso, em 10 de agosto se comemora o Dia Mundial da Solidariedade Cristã, que busca unir as diferentes vertentes cristãs em torno de um objetivo comum. Ou seja, é estimulado que o amor e a empatia precisam se tornar ações concreta de combate à desigualdade e às injustiças.

A solidariedade de dados

Em um mundo cada vez mais digital, tem surgido um novo termo: a solidariedade de dados. As práticas digitais têm gerado uma infinidade de dados sobre assuntos importantes, como meio ambiente, educação, desigualdade e autoritarismo. O acesso a essas informações pode ser crucial para tomada de decisões rápidas e assertivas.

Por conta disso, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) criou o Laboratório de Políticas Inclusivas. Dessa maneira, busca-se uma maior compreensão de como essas informações devem estar acessíveis. Porém, muitas vezes, elas vão de encontro a leis de proteção de dados pessoais, mostrando a necessidade de debate sobre o assunto.

Ou seja, esses mesmos formuladores de leis precisam compreender como os dados pertinentes a mudanças sociais devem ser armazenados e compartilhados. Assim, a solidariedade de dados visa facilitar o acesso a informações de valor público significativo, considerando todos os riscos possíveis dessa prática.

Maneiras de exercer a solidariedade na prática

1. Lembre-se que todos somos iguais

Esqueça os rótulos. Ignore gênero, raça, etnia, origem, idade, orientação sexual, religião ou qualquer outra característica usada, muitas vezes, para discriminar. Tenha na cabeça que os seres humanos dependem um do outro. Seja solidário com quem precisa de você e esteja aberto a receber ajuda quando precisar.

2. Ouça o que o outro tem a dizer

Muitas vezes, a solidariedade pode ser praticada apenas com algo que não custa nada: tempo e ouvido. Escutar as demandas do outro, principalmente as mais complexas, pode aliviar o fardo. Além disso, é possível ter visões diferentes de como ajudar apenas compreendendo a real necessidade da pessoa.

3. Tenha um olhar mais atento

Algumas situações se tornam tão rotineiras que podemos não perceber que elas fazem diferença na vida de outras pessoas. Tomar banho ou trocar de absorvente, por exemplo, parecem atitudes banais, mas muitas não têm acesso. 

4. Compartilhe o seu dom

Você certamente possui algum dom ou alguma habilidade que pode fazer a diferença. Inclusive, sendo parte da sua profissão. Porém, que tal reservar momentos no mês ou no ano para compartilhar essa experiência com quem necessita?

5. Seja genuíno

A solidariedade deve ser um comportamento altruísta. Ou seja, você deve exercê-la sem esperar algo em troca. Seu desejo de ajudar o próximo deve ser genuíno e pode, inclusive, ser feito no anonimato.

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